terça-feira, setembro 11, 2007

Ele procurava ver outros pés, mas parece que todos estavam presos, ninguém quase usava sandália. Nada, não dava pra ver nenhum dedinho de fora. O pé ia fazendo observações pelo caminho.


- O mundo era mesmo muito fechado, como um coturno do exército.

Todos os pés ali presos e sem luz dentro de um sapato e sem poder observar o sol que brilhava tão lindo lá fora e o principal sem poder tomar pé da situação.

Pegou um pé de estrada e resolveu que iria caminhar até chegar ao encontro. O pé planejou cada sensação que gostaria de sentir. Primeiro um longo abraço, depois um café fumegante e em seguida uma música. O pé queria dançar, se sentir embalado...

As cenas foram acontecendo como só um pé de imaginação poderia sonhar. Eles não tinham pé-de-meia e nem planos pra um futuro. O pé feminino foi amado por um pé-de-página.

Eles perderam os pés e a cabeça e viraram um pé de fantasia. Como ele era um pé-quente o amor foi tão grande que quase foi preciso chamar um pé de vento... [texto Lunático sem pé e sem cabeça]