sábado, setembro 21, 2002

MEU DESEJO TEM NOME DE PERA

doce de pera

Então o ruim de você transcrever uma entrevista de uma pessoa é quando você se lembra que além de pintor o cara pintava e bordava na cozinha. Olha só o doce que ele me serviu lá em Santa Tereza no Rio de Janeiro. É uma covardia ver uma imagem dessas agora. Eu quero, eu quero, eu quero doce de pera. Pior é que nem peguei a receita. Ai meu desejo...

EU ROSI L. ILHADA E PROSTITUIDA PELA LITERATURA
*** pior é que estou presa sem poder brincar de amar nem virtualmente. risos

Acho que nasci pra ser bem rica e ficar isolada numa ilha pra escrever. Qualquer movimento me atrapalha, gosto de ficar sozinha e nem mosca passando. O meu micro que antes ficava na sala em frente a varanda foi para o quarto do Filipe. Tomei conta da área. E agora instalei meu exército de armamentos, pilhas de xerox, livros, fitinhas, gravador e fotografias.

Só saio sexta-feira que vem. Regime de reclusão. Com direito a comida e música quando estiver digitando texto pronto, tipo poemas ou crônicas.

Nesse instante quase morri de susto. Um entrevistado que tinha uma voz bem grossa quase virou mulher. Apertei o botão de rotação sem querer. E o pior achava que tinha ferrado a fita pra sempre. Estava lá transcrevendo assim mesmo o homi com voz afeminada.

Sabe com aquela vozinha de nhem nhem nhem. E fui clicando uns botõezinhos do lado e vi que tinha mudado a rotação, aí tudo voltou ao normal. Decidamente não nasci para o mundo eletrônico, me atrapalho toda com tanta tecnologia. Agora o homi tá com voz grossa de novo. E viva o dono da voz como canta Chico Buarque. Acho que fico até a madrugada trabalhando que hoje estou inspirada e sem sono.
NUBLADO NÃO É UBALDO? pra rimar

Ouvindo Sade, dia nublado, bem próprio pra ficar grudada no micro full time. Uma paradinha pra chupar uma bala gelada e um café. É tudo que preciso. Gozado o tempo assim fica poético e melancólico. Tá tudo em cima. O fim de noite ontem foi ótimo, ligação via embratel para o Rio para uma cantora me ditar um verso da irmã poeta pelo telofone. Isso seguindo todo a pontuação e a métrica certinha. Um trabalho sobre Drummond tem que ser feito com carinho e poesia. Este segue o padrão internacional com ISO 9002. Vamos lá fim-de-semana produtivo.

sexta-feira, setembro 20, 2002

CAFÉ

Dizem que clima é tudo, até pra café.
Este é uma amostra grátis que
ganhei ontem na porta do cinema.
É um tipo cultivado nas montanhas.
Gosto muito da marca Café do Ponto.
Eu queria me sentir nas alturas
1000 metros de altitude, então já sabe.
Quando quiser criar um clima me
convida para um cafézinho?
POEMINHA DE SEXTA-FEIRA
ONDE FOI PARAR A FREIRA?
rimou...

2o. MOTIVO DA ROSA
[Cecília Meireles]

Por mais que te celebre, não me escutas,
embora em forma e nácar te assemelhes
à concha soante, à musical orelha
que grava o mar nas íntimas volutas.

Deconponho-te cristal, defronte a espelhos,
sem eco de cisternas ou grutas...
Ausências e cegueiras absolutas
ofereces às vespas e às abelhas,

e a quem te adora, ó surda e silenciosa,
e cega e bela e interminável rosa,
que em tempo e aroma e verso te transmutas!

Sem terra nem estrelas brilhas, presa
a meu sonho, insensível à beleza
que és e não sabes, porque não me escutas...

quinta-feira, setembro 19, 2002

CIDADE DE DEUS

Aímerirmão tô ligada na parada.
Cheguei do cinema agora, putz!
Do caralho, do bagulho, é foda!
Porra tem que chingar, amei a
galinha, os bandidos, a produção,
as falas, as músicas, porra tudo.
O cinema nacional tá com a bola
toda, cara vem muito cineasta
bom por aí. Essa safra tá duca.

BALA DE CÔCO

Estou chupando bala de côco gelada que ganhei da
Larissa. É engraçado que toda vez que fico ansiosa
tenho que ter algo doce por perto. Acho que é o
meu substituto do cigarro. Pelo menos o Ministério
da Saúde não vai advertir nada. Acho que só a capa
de baycon na barriga é que sofre prejuízo. E até
o fim do mês haja quilos. Muita coisa pra fazer,
muita coisa ainda pendente. Haja fôlego e haja
estômago pra comer chocolate e bala gelada.
Nada consegue me relaxar, talvez se encontrasse
alguém com especialidade japonesa em massagens
corporais eu relaxasse um pouquinho.
TRIVIAL

o vidro do copo parece quebrado, acho lindo o efeito
os talheres são vermelhos e a diferença no desing é
que são mais gordinhos do que os normais e as
colheres parecem ser quadradas

A Lakinha pediu pra mostrar meus talheres do trivial
do day by day. Tenho um faqueiro tradicional de inox
mas acabo nunca usando. Gosto da vibração do
vermelho. Acho que sou como os chineses gosto
de comida colorida e todos os acessórios também.
Pode ser fino branco ou bege mas não me apetece.
Vou almoçar agora comidinha feita em casa.
Será que um dia vou virar cozinheira?

quarta-feira, setembro 18, 2002

DAY BY DAY

Hoje fiz almoço, estou começando a gostar dessa coisa de
trivial simples. Posso confessar me senti bem lavando rúculas
e cortando rodelas de tomate. Fui mais longe, fritei batata-frita
e o melhor ficaram saborosamente crocantes.
Tenho uns costumes espartanos de copos em fila e de tudo em
ordem. Sei que é duro admitir não gosto de cozinhar, gosto só
de colocar a mesa bem bonita com jogo americano de cereja
que trouxe da Itália e já dura mais de 10 anos.
Meus talheres são vermelhos e tem um design bem moderno.
Aí depois larguei a vida doméstica e fui escrever.
É como se eu tivesse várias vidas. Descobri que sou uma gata,
será que 7 vidas tá bom. Essa vida de viver no telhado é boa.
Bom vou para o curso de cinema agora a noite. Na ultima aula
cortamos a cara do Van Dame em um trailler pra fazer montagem.
Em meio a tudo isso ainda sobrou tempo para não desgrudar de
um livro do Werneck chama-se "O desatino da rapaziada" é
sobre as levas de mineiros que foram ganhar o mundo.
Drummond estava no meio, tem Fernando Sabino e outros.
Agora tem um cara empacado num jegue que não consigo
identificar. O cara até bonito, magro, fazendo anotações,
tipo interessado. O transporte é que não ajuda, o jegue parece
uma mula ou será um burro? Rindo aqui. Me espera que volto.
Meu computador foi consertar com problema de ventuinha.
Vai voltar logo, espero. E faço figa né, Prapra.

terça-feira, setembro 17, 2002

DO FUNDO DO BAÚ

Fui no meu amigo João da faculdade pegar um livro
emprestado e ele mostrou um nome de um artista
que eu desprezei no índice de um outro livro
que veio pelo correio com autógrafo e tudo mais.

O livro falava dentre outros de Augusto Rodrigues,
a minha história com ele é cômica. Para o João é
trágica ele não se conforma como eu chutava tanto
o pintor. Tenho paixão por fachadas e acho que vou
recuperar o mundo e salvar o patrimônio histórico.

E cismei de querer que a fábrica de perfumes do Boticário
aprovasse um projeto meu sobre o Largo do Boticário no Rio.
Um cantinho que eu era apaixonada. Então fui lá
muitas vezes e tomava café com Augusto. E ele
humildemente me pedia pra fazer parte do
meu trabalho. O João é um fã do Augusto e não
se conformava com os meus foras com ele.
- Não Augusto você não entra no meu trabalho
porque sua casa é no Beco e não no Largo do
Boticário. E ele falava todo carinhoso.
- Mas dê um jeito e me coloque morando no Largo
e não pare de me visitar.

E eu ia lá conversava horas com ele. E nunca deixei ele
entrar na minha pesquisa. Um dia a Maria Fernanda
foi levar um convite para uma exposição de Cecília
Meireles eu tava lá. E Augusto todo orgulhoso
da minha presença. Notei que ele até me deu um
convite (que guardo até hoje) e me convidou pra
ir com ele. Eu só dava fora no Augusto e claro que
não aceitei. O João quer me matar, como posso ter
sido tão má com o grande Augusto Rodrigues.

E o pior é que o Boticário não aprovou meu projeto
eu era estudante universitária. Augusto me contou
tudo das festas e das orgias do Largo do Boticário
que era frequentado pela nata dos poetas da época.
Que pena Augusto, juro que agora tendo essa
noção de ficção que tenho colocava o beco dentro
do Largo do Boticário e colocava vc dentro.
Não se incomoda meu amigo, vc está no meu coração
e o projeto nem teve aprovação, pra rimar.
LUNA

*** imagem roubada do blog da mixirica ( link na coluna vinho)

SE EU FOSSE RICA
[by Rosi Luna - 17.09.2002]

se eu fosse rica
comprava um homem bem carinhoso
e ia amar por muitas noites de lua

se eu fosse rica
comprava um olhar masculino
e ele ia me achar bonita todos os dias

se eu fosse rica
comprava a presença de escritores
e ia mandar fazer palestra só pra mim

se eu fosse rica
comprava uma fábrica de chocolate
e mandava rechear todos os bombons com cereja

se eu fosse rica
comprava a casa da moeda
e mandava jogar fora todo o dinheiro do mundo

se eu fosse rica
comprava uma fábrica de perfume
e mandava criar uma fragrância lunar só pra mim

se eu fosse rica
comprava um autógrafo de um escritor que não me dá bola
e mandava ele escrever que gosta de mim

se eu fosse rica
comprava o mar
e ninguém ia mexer nos peixes e nem nas pérolas

se eu fosse rica
comprava o céu
e ninguém ia para a lua nem foguete

se eu fosse rica
comprava uma ilha em formato de lua e estrela
e ia ser feliz porque acho que a luna me pertence

segunda-feira, setembro 16, 2002

DRU DRU DRU

Passei o dia trabalhando, corta aqui, arruma ali, fala com fulano olha o que beltrano mandou. E essa foto é linda, anotou o crédito. É chegou a autorização. Bom tá uma delícia fazer esse trabalho. Mas não sobra tempo pra pensar em outra coisa. Nada de amores e explendores.

Agora a noite tem curso de cinema, vou mas nem estou
ligada. Tenho muita pesquisa de referência e coisas do dru dru drummonzinho pra fazer. Na volta conto mais.
Holiude me chama agora. Fui. Estou blogando pouco,
tenha calma em pouco tempo volto ao normal.

domingo, setembro 15, 2002

NA PRAÇA COM DRUMMOND

genin...drummond...luna...larissa

*** genin é o artista plástico da escultura.

A melhor foto da viagem estava na máquina da Larissa
só vi ontem no Fran`s Café depois da aula de cinema.
Não me canso de olhar, até a mão da gente está igual
a da estátua. Acho que Drummond devia estar rindo
nessa hora. Como a gente podia sentar ao lado dele
na praça de Itabira? E o que apóia a estátua é
uma pedra de minério de ferro bem típica local.

É no meio do caminho tinha uma pedra... e não é
que a gente ganhou pedacinhos da pedra original
e até a Larissa que entende tudo de diagramação
deu palpite de onde fixar a placa e o pessoal da
Fundação aceitou na hora pois ficou com melhor
acuidade visual. Como é bom ter lembranças boas.
Eu acho que estou tão póetica hoje...