sábado, maio 04, 2002

PEQUENO TRECHO DO POEMA


Quando eu te fujo e me desvio canto
Da luz de fogo que te cerca, oh! bela
Contigo dizes, supirando amores
"- Meu Deus! que gelo que frieza aquela"

Como te enganas meu amor é chama
Que se alimenta de voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela - eu moço; tens amor - eu medo!...

Tenho medo de mim, de ti, de tudo,
Da luz da sombra, do silêncio ou vozes,
Das folhas secas, do chorar das fontes,
Das horas longas a correr velozes.
...
Ai se eu te visse em languidez sublime,
Na face as rosas virginais do pejo,
Trêmula a fala a protestar baixinho...
Vermelha a boca, soluçando um beijo!...
...
Oh! não me chames coração de gelo!
Bem vês: traí-me no fatal segredo,
Se de ti fujo é que te adoro e muito,
És bela - eu moço; tens amor, eu - medo!...

[Amor e Medo - Casimiro de Abreu
Cinco Séculos de Poesia - Landy Editora
que comprei agora na Bienal do Livro]

PS. depois de fazer meu sarau poético matutino
vou para Sampa para o curso de cinema, volto
de noite, se ver alguém travando todo pedágio sou
eu, botei o aparelhinho "sem parar" e entrei no lugar
errado lá em Valinhos, sou a rainha da gafe, tocou tudo
acredita! sirene, bombeiro, ambulância, brincadeirinha.
sabe o tamanho do mico? mico da cidade de Itu.
BIENAL DO LIVRO EM SP

anjos de prata no lançamento do livro do cintrão
mariazinha, carmina, sua amiga, larissa, rosa, anna christina
eu o mauricio e o livro com capa de lua

eu e o mauricio cintrão

pra quem não sabe, aqui é uma amostra grátis do lançamento
do livro "caleidoscópio" uma coletânea de mauricio cintrão e
outros autores, na bienal do livro em sampa no dia 01 de maio,
tinha muito anjo pedindo autógrafo. eu quase fui a primeira da fila,
preciso engordar minha coleção de autógrafos de escritores.

PS. vou colando aos poucos as fotos, a última ficou muito
grande mas estou com preguiça de diminuir, logo vai levar um
século pra carregar. e vc aí do outro lado da tela, nem repara
no meu decote, mas fiquei com uma petulância, ai meus dotes
de sofia loren. risos


quinta-feira, maio 02, 2002

RÁPIDINHA

Fui ontem na Bienal do Livro em Sampa,
foi tão complicado que aconselho a simplesmente
visitar a Fnac. Valeu pelos amigos que estavam
lançando livro que fui dar um abraço e lógico
pegar autógrafos. Estou corrida que tenho um
trabalho importante, diria crucial. Mixi linda
obrigada por ser minha 500 comentarista
te lóvu fruta, e sinto sua falta qdo desaparece
na caixa de frutas do Ceasa. Prometo de
noite bem tardão aparecer por aqui. Hoje
tem também Vernissage na Galeria do Centro
Cutural Itaú de Campinas, exposição da Suzana
minha vizinha e ganhadora da Bolsa Vitae de Artes
com um projeto em fotografia.
Vou ter uma reunião tipo 19h numa empresa
mas vou direto pra lá... mesmo que seja tarde.
beijos. fui. coorrendooooooooo.

quarta-feira, maio 01, 2002

ANJOS DE PRATA

a foto tá assim estilo ghost, o flash deu uma luz
fantasmagórica, mas era só pra falar do meu amigo
e anjo Mauricio Cintrão (último da direita de azul)
que estará lançando livro dia 1 de maio na Bienal
do Livro em São Paulo, logo deixo aqui meus
parabéns para um dos autores do Caledoscópio.



terça-feira, abril 30, 2002

A MULHER GALINHA


* desde remotas eras, a mulher era pra ser vista puxada pelos
cabelos pelo homi das cavernas, seu forte estava em ser subalterna
com a inteligência à peso de gramas e até o direito de voto foi uma
conquista que demorou muito. a mulher mudou, se equiparou ao
homi aprendeu todos os truques, a inteligência foi considerada
superior e com um adicional da sensibilidade, o homi nunca se
conformou com isto e quando se sente ameaçado se sai com
estas explanações pouco convicentes: ela não é inteligente é
uma galinha ou ainda faz comparação com a mulher barbada do
circo. no fundo as mulheres sabem ser sonsas, isto é a prova da
inteligência e viva a Filomena que sabia esconder o leite, afinal o
importante é ter peitos, não é sutiã inflável?
e quanto a galinhagem, que atire o primeiro grão quem não é...

PS. a propósito sim meu amo, posso ser sua gueixa se quiser.

27 de outubro
[A Disciplina do Amor - Lygia Fagundes Telles]

Tu quoque Baudelaire? Sim, ele também, por que não? Anoto
este seu pensamento que é um símbolo da estrutura patriarcal:
Aimer des femmes intelligentes est un plaisir de pédéraste.
Não era em vão que as mulheres disfarçavam a inteligência
que repelia pretendentes ao invés de atraí-los, mulher inteligente
chegava a assustar. Me lembro do meu tio J. dizendo à minha
mãe que rompera o noivado com M. I. porque ela era inteligente
demais, culta demais, andava exausto com as elucubrações
intelectuais, queria uma gueixa e não uma Minerva:
"Parece um homem falando! Me deitar com ela é me deitar
com a Mulher Barbada do circo." Minha mãe riu, eu fiquei rindo
junto mas um tanto preocupada, era adolescente, com certos
planos. A sabedoria então era fazer como a nossa vaquinha
Filomena que escondia o leite?
Filomena escondia o leite, era sonsa.

segunda-feira, abril 29, 2002

BLOG-ME-QUER

blog-me-quer
blog-mal-me-quer
blog-bem-me-quer
blog-não-quer
escrever

PS. ando com preguiça de escrever aqui
qdo acabar a brincadeira da margarida
de mal-me-quer eu volto, tá!

SONETO DA MULHER AO SOL

Uma mulher ao sol - eis todo o meu desejo
Vinda do sal do mar, nua, os braços em cruz
A flor dos lábios entreaberta para o beijo
A pele a fulgurar todo o polén da luz.

Uma linda mulher com os seios em repouso
Nua e quente de sol - eis tudo o que eu preciso
O ventre terso, o pêlo úmido, e um sorriso
À flor dos lábios entreabertos para o gozo.

Uma mulher ao sol sobre quem debruce
Em quem beba e a quem morda e com quem me lamente
E que ao se submeter se enfureça e soluce

E tente me expedir, e ao me sentir ausente
Me busque novamente - e se deixa dormir
Quando, pacificado, eu tiver que partir...

A bordo do Andrea C
a caminho da França, novembro, 1956
Vinicius de Moraes