Parece brincadeira de rima, colisão no museu da revolução
mas por pouco não aconteceu e tudo por conta de uma fotografia
e uma passageira sem juizo. Foi no último dia, fui adiando e
acabei indo no museu na sexta-feira, peguei esse carro que
é um taxi, carrinho novo de 1929. Óbvio que endoidei, queria
tirar uma foto dentro dele em frente ao museu, a segurança
não deixou, claro, mas botei o taxista pra fora com a máquina
e ele foi do outro lado da calçada. Foi tudo tão rápido, qdo
vi o carro tava andando pra tras, só deu tempo de puxar o
freio de mão. E ver que atrás do carro, tinha uma charrete de
cavalo, o motorista tava branco e os guardas estavam vindo.
Eu a essa altura era dona e dirigia o charmoso 1929, aliás
tenho que confessar adoro uma coisa antiga, carros, homens,
museus, tudo que me remete ao passado. Ainda cheguei a pensar
na manchete do jornal: Brasileira dirigindo taxi 1929
atropela um cavalo, motorista morre do coração com máquina
nikon na mão. Porque tudo na minha vida tem que virar uma
história de cunho engraçado e trágico... bendito freio de mão!
E tudo isso só pra tirar uma foto, foi quase uma revolução!
Motorista, Charrete, Seguridad, Turistas, me dirigi ao balcão
do museu e fui batalhar um ingresso de estudante em peso
cubano. Depois de tudo que aconteceu tava um pouco histérica,
a mulher demorou pra aceitar a carta da escola que dizia
que era estudante. Com aquele espanhol que Che Guevara me
daria um chute na bunda, consegui. Haste la victória siempre!
