quinta-feira, abril 17, 2003

MEU ERRO
erro erro erro um erro ao cubo talvez seja um acerto
elevado a potência, não entendo de raiz quadrada nem
de amor redondo, nem de beijo triangular. by luna

*** esse é um dos machados que corta meu coração
eu amo esse poema.

Erro
Machado de Assis

Erro é teu. Amei-te um dia
Com esse amor passageiro
Que nasce na fantasia
E não chega ao coração;
Não foi amor, foi apenas
Uma ligeira impressão;
Um querer indiferente,

Em tua presença, vivo,
Morto, se estavas ausente,
E se ora me vê esquivo
Se, como outrora, não vês
Meus incensos de poeta
Ir eu queimar a teus pés,
É que,- como obra de um dia,
Passou-me essa fantasia.

Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras.
Tuas frívolas quimeras,
Teu vão amor de ti mesma,
Essa pêndula gelada
Que chamavas coração,
Eram bem fracos liames
Para que a alma enamorada
Me conseguissem prender;
Foram baldados tentames,
Saiu contra ti o azar,
E embora pouca, perdeste
A glória de me arrastar
Ao teu carro... Vãs quimeras!
Para eu amar-te devias
Outra ser e não como eras...

*** pêndula é o mesmo que relógio de pêndulo.
liames são aquilo com que se prende alguma coisa.
baldados ou inúteis, sem resultado.
tentames, isto é, tentativas.

terça-feira, abril 15, 2003

ESTUDANTE

Ando enrolada, hoje assisti em DVD o filme
"Roma, cidade aberta" do Roberto Rossellini. Ainda
estou lendo a pilha de xerox que amanhã tem debate
na aula. Preciso me acostumar de novo ao ritmo
estudantil. Estou gostando das pesquisas e
de estudar cinema e história que é matéria da pós.
Aula a manhã toda. Recebi um convite tentador. Editora
de um pequeno jornal. Um tablóide de 8 páginas. A tarde vou expor meus motivos porque não vou aceitar trabalhar. Não quero mais nada fora da linha de atuação profissional que tracei pra mim. Nem me ache metida, mas não dá! Roda, roda, roda. Volto no fim da tarde.

segunda-feira, abril 14, 2003

MELHOR FOTO DA GUERRA

Guerra é guerra elas são todas parecidas em qualquer
lugar do mundo. Essa foto do menino me lembrou uma estátua que tem em Bruxelas de um menino fazendo
xixi. Era um ponto turístico. Me lembro que eu falava
"the boy make pipi". E nada de achar a estátua no
fim acabei encontrando. Também tinha uma história significativa que era dele querer apagar um incêndio.
Não consegui entender aquele cara da Bélgica contando.

domingo, abril 13, 2003

PLATÉIA

Twain Conferencista

As vezes estar na platéia é um ótimo lugar pra observar
o conferencista. A História se repete sempre de forma
circular é bom saber como a inspiração, admiração
por escritores acontece e o que pode desgringolar
daquela relação. Vide exemplo de Twain.

Dickens e Twain
O Negócio das Conferências

Em 1867, recém-encerrada a guerra da secessão americana, Charles Dickens, o mais bem sucedido escritor inglês do século XIX, no auge da fama, realizou sua segunda viagem aos Estados Unidos, país onde estivera vinte e cinco anos antes. E, tal como da primeira feita, o público americano o acolheu com fervor apaixonado. As conferências de Dickens, triunfantes, superaram qualquer expectativa. O prestígio dele continuava absoluto, intacto, mesmo tendo transcorrido um quarto de século das apresentações que fizera em 1842. Numa delas, em Boston, na platéia lotada, acompanhado daquela que seria sua esposa, encontrava-se Mark Twain. Ao ver o desempenho do novelista inglês no palco, decidiu-se ali mesmo entrar para "o negócio das conferências."

Mark Twain na platéia

Nas suas memórias (*), que ele começou a registrar em 1904, Mark Twain observou que ele devia duas coisas definitivas à presença de Dickens em Boston naquela ocasião. A primeira delas é que ao visitar seu amigo Charley Langdon, em dezembro de 1867, instalado num hotel com parte da sua família, Twain conheceu a irmã dele, a jovem Olívia, que mais tarde viria ser a sra. Clemens (o nome de batismo de Twain era Samuel Clemens) - "uma mocinha suave, tímida e linda". Naquela noite ele os acompanhou ao Auditório Stenway, onde se davam as "leituras" de Dickens. Twain saiu empolgado, decidido a abraçar aquele "negócio de conferências". Mais ainda aferrou-se à idéia quando descobriu que o novelista embolsara a impressionante soma de 200 mil dólares, apenas naquela temporada americana.
(*) The autobiography of Mark Twain (org. p/Charles Neider, 1958)