sábado, junho 18, 2005

AGENDA DE CINEMA E SHOW

Guia do Mochileiro das Galáxias- fui
na quarta-feira, pena que o autor
Douglas Adams não tenha visto o filme
concluído. Amei a cena que eles estão
enchendo os oceanos com mangueira.
Li um outro livro dele que chama
"o restaurante no fim do universo".
É que humor inglês é esquisito, tem
horas que só provoca um riso amarelo.
Bacaninha o filme, mesmo pra quem não
gosta de ficção como eu.

Queda- As últimas horas de Hitler -
Adolf Hitler tá vivo, pq o Bruno Ganz
é a própria reencarnação. A cena que
serram um braço, e tem mais uns pés
numa bacia é de arrepiar. Só consegui
abrir uma pouquinho o olho. Gostei
muito do filme, ainda mais depois de
ter feito o trabalho sobre a cineasta
de Hitler não podia deixar de ver.

Melinda e Melinda - não dá pra
perder uma comédia de Woody Allen,
aliás foi por pouco que não assisti,
um probleminha de horário e acabei
assistindo o do Hitler.

Show do Manu Chao amanhã no SESC
em São Paulo, nem que a vaca tussa
eu consigo ir. A vaca tomou xarope,
logo já viu...

sexta-feira, junho 17, 2005

AGENDA VERMELHA

- A minha garganta está vermelha.
- Estou tomando suco de acerola vermelha.
- Calcinha vermelha.
- Óculos com astes vermelhas.
- Cor da conta bancária? nem precisa falar.rs
ROSA VERMELHA


Mandei fazer um
Bouquet pra minha
Amada
Mas sendo ele de
Bonina disfarçada
Como o brilho da
Estrela matutina
Adeus, menina, linda
Flor da madrugada

A rosa vermelha é
Meu bem querer
A rosa vermelha e
Branca hei de amar
Até morrer

UM BOUQUET PARA UMA ROSA
(Alceu Valença, baseado em canções
folclóricas de Alagoas e Pernambuco)

quinta-feira, junho 16, 2005

BOOM BLOOMSDAY

"Sentia tuas nádegas gordas e suadas
debaixo de meu ventre e via teu rosto
em fogacho e teus olhos aloucados".
[Retirado das cartas de Joyce para Nora]
------------------------------------------------
JAMES JOYCE é o irlandês mais célebre do século
e o autor do principal romance moderno, "Ulisses",
cuja ação se passa inteiramente em Dublin em
apenas um dia --16 de junho de 1904.

O dia é comemorado no mundo inteiro, inclusive
no Brasil, pelos fãs do escritor, e na Irlanda é
uma espécie de data nacional. Por todo o país
são realizadas festividades, leituras, palestras
e bebedeiras em homenagem ao Bloomsday, o dia de
Leopold Bloom, o personagem central do
livro.
-------------------------------------------------
"E acrescentou em tom sacerdotal:
- Pois isto, meus bem-amados, é a verdadeira
cristina: corpo e alma e sangue e feridas.
Música lenta, por favor. Fechem os olhos, senhores.
Um momento. Um pequeno problema com esses
corpúsculos brancos. Silêncio, todos.

Ele olhou de soslaio para cima e soltou um longo
e lento assobio de chamada, depois fez por um
momento uma pausa em atenção enlevada, com seus
dentes iguais e brancos brilhando aqui e ali
pontilhados de ouro. Crisóstomo. Dois fortes
assobios estridentes responderam através da calma".
[Trecho de Ulisses - James Joyce]

terça-feira, junho 14, 2005

JÁ QUE ESSE BLOG ANDA AS MOSCAS


Fazem anos tive a idéia de reunir uma antologia
universal da mosca. Continuo querendo. Sem embargo,
logo me dei conta de se tratar uma empresa praticamente
infinita.A mosca invade todas as literaturas e, claro,
onde alguém põe o olho encontra a mosca. Não há verdadeiro
escritor que em uma oportunidade não lhe tenha dedicado
um poema, uma página, um parágrafo, uma linha; e se é
escritor e não o tenha feito, aconselho-te que siga o
meu exemplo e corras a fazê-lo. As moscas são Eumênides,
Erínias; são castigadoras. São as vingadoras de não sabemos
o quê; mas sabes que alguma vez te perseguiram e que te
perseguirão sempre. Elas vigiam. São as enviadas de
alguém inominável, boníssimo e maligno. Seguem-te.
Observam-te.
...
A mosca que pousou no seu nariz é descendente direta
da que pousou no de Cleópatra. Uma vez mais caí nas
alusões retóricas pré-fabricadas que todo mundo já fez
antes.A mosca quer que a envolva nesta atmosfera de reis,
papas e imperadores. Consegue. Domina-te. Não podes falar
dela sem sentir-se inclinado a grandeza. Oh, Melville,
terias que recorrer a todos os mares para instalar ao fim
essa grande baleia sobre teu escritório em Pittsfiel,
Massachusetts, sem reparar que o mal revoava desde muito
ao redor do teu sorvete de morango nas calorosas tardes de
tua infância, passados anos, sobre ti mesmo quando ao
crepúsculo te arrancava um que outro pelo da barba dourada
lendo Cervantes e polindo teu estilo; e não necessariamente
em aquela enormidade informe de ossos e esperma incapaz de
fazer mal nenhum a não ser a que interrompesse sua sesta,
como o louco Ahab. E Poe e seu corvo? Ridículo. Tu
olhas a mosca. Observa. Pensa.
[As Moscas - Augusto Monterroso]