segunda-feira, setembro 05, 2005

SE CASO ACAJU ME QUEIRAS

é madrugada, embriagada de rimas, sigo
cambaleante te amando como se o amor fosse
uma estrada que tenho que percorrer aos tombos.
em todos os homens, procuro um homem sem rosto,
um vago desgosto. mas foi em julho ou agosto
que me senti um oposto. só pra tua retina,
segui minha sina, acendi a lamparina. não
te vejo, nem um lampejo. carrego pedras no
coração, pesado fardo de emoção. com a saia
branca dou voltas em rodopios e fico a ver
navios. nada no cais do porto, nem vinho do
porto, nem âncora, nem cavalo-marinho.
cavalgo uma solidão de caminhão, o vento
sopra e entro no vagão. trem, diz que vem.
meu querido, me amarra nas tuas mãos. me
prende só por uma frase. não coloca crase,
deixa livre, sem pontuação. a música toca macia,
me sinto vazia. não tenho par e me fitas no ar.
calor de iris, manda fazer um arco-iris amanhã
a tarde. nunca é tarde, pega minhas chaves,
perdi em algum lugar, abre a porta. não se
importa que a letra tá torta. escreve, se atreve,
deixa esse gosto de amor caju travoso.
diga asneiras, solte a estribeira, me encontre
na curva do acaso e se caso acaju me queiras.
acaju serás e me amarás com intensidade e teremos
um acaju caso. deixo um cajubeiju.

Luna tomando suco de caju 2:00h (dia desses)

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