terça-feira, setembro 18, 2001

A FÃ E O POETA

Eu e o Skármeta lá em Passo Fundo - RS.

Gente, não vou falar nenhuma novidade
essa pessoa confusa, perdida e falante
sou eu. Não sei exatamente em que idioma
nós começamos a conversar, mas o certo
é que esse escritor é tão apaixonante ao
vivo, como foi quando assisti "O carteiro
e o Poeta" no cinema. Teve uma moça da fila
de autógrafos que falou toda metida que tinha
assistido duas vezes o filme, eu não aguentei
e tive que interferir e me vangloriar que tinha
assistido quatro vezes. Estou lendo "As Bodas
do Poeta", e amo quem é brilhante com as
palavras. O Skármeta é uma estrela e o
melhor: uma estrela simples que conversa
e se dispede como um ser humano normal,
não sofre de estrelismo agudo, doença comum
nos escritores de sucesso. Bem, estar lá
em Passo Fundo na Jornada Literária me
deu oportunidade de conhecer, de ouvir e
de conversar com muitos escritores, se vc
quiser saber mais como foi clica aqui que
esse escritor também esteve lá e me perdoe
o repórter Esso, mas ele sabe ser testemunha
ocular e descrever como ninguém, então
vale à pena ler o puxão de orelha que ele
deu no nosso letrado Presidente.

Trecho do livro que estou lendo...

-Existe uma coisa que me faz viver ou morrer, Jerônimo.
Não tem nome porque é um mistério.
O austríaco tirou a garrafa do balde de prata e bebeu
no gargalo, encharcando o queixo e o peito descoberto.
- O seu mistério. Odeio esse mistério porque nele eu
não entro. Teria sido muito melhor se eu fosse um
desses mulos teimosos dessa aldeia, que só querem
saber de jogar boliche e beber slíbovitz.
De que adiantou Mozart? E para que
servem as estrelas, caralho?
- São sinal de alguma coisa. Conduzem os navegantes.
- Alia Emar, eu estou aqui.
- Meu modo de pensar é assim: confusão.
[As Bodas do Poeta - Antonio Skármeta]

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