quarta-feira, junho 05, 2002

O POETA DA CARNE E DO VERBO

renato e rosi - lançamento do seu primeiro livro em curitiba

*** eu fui tão esfuziante de vermelho que recebi até convite
pra lançar livro lá pelo dono da livraria o Eleotério, viu que nome?
é claro que me arrumei toda, não é todo dia que nesse país
se consegue publicar livros, eu amo lançamentos e de amigos
então o autógrafo tem que sair no capricho.

*** esse é o ReNato, é Bittencourt e também mais um Gomes
talentoso que conheci, meu amigo, poeta e devoto das belas
palavras, que Deus o conserve assim com essa carne e com
esse verbo tão pulsantemente poéticos cheios de amor vermelho.
Quer ver mais, vai no blog dele:Liturgia das Horas

PS. imagine eu dando aula de link de imagem,
foi um desastre, ele não conseguiu colar a foto,
logo resolvi publicar por aqui, coisa que já deveria
ter feito faz tempo.

começa assim: À flor do teu ouvido
Sei que preciso, na sua presença, falar, falar, falar...
e falo. Em sua presença, perco todo amor-próprio
e tudo me é igual.
[Fiódor Dostoievski]

"Mas qual será efetivamente a porção de carne que
abriga os afetos, se nossa precária anatomia
apenas faz que tenta conjugar corpo e alma? Não
temos ciência capaz de tão fina definição.
[..]
Como se resignar a inverdades esta boca que já
recolheu tua saliva, já percorreu a rubra ferida dos
teus lábios, já desfolhou as tuas pétalas, já bebeu
na tua flor o orvalho quente das nossas madrugadas.
Guardo tudo na memória - depósito imprestável
a que mais e mais me apego. Que pode ela diante
do asfalto e do cimento do tempo presente? Mas é
meu patrimônio, e é ali que tenho resguardada a
lembrança que não posso lavar: as luas gêmeas
dos teus seios, redondos e brancos. Não me
desfaço desta saudade e nem da certeza de
que eles são a coisa mais bonita que já vi."
[Mecânica do Fluídos - ReNato Bittencourt Gomes]

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