terça-feira, outubro 01, 2002

HERMÉTICO POÉTICO
*** agora de vez em quando me atrevo a cometer poemas, antes escondia na caixa de sapatos, agora só me escondo e eles ficam assim a mostra.

mata hari

CASULO
[Rosi Luna]

não sei como
fui perder o lenço
lágrimas de sal
ele me temperava
eu me destravava

não sei como
fui amar o dom da palavra
literatura de açucar
ele me descrevia
eu me comovia

não sei como
fui acasalar com ele
casulo de mel
ele me sorvia
eu me derretia

não sei como
fui esquecer o que entre nós havia
saudade de fel
ele me amava
eu me martirizava

não sei como
fui prender um sentimento
ermético de fermento
ele me tocava
eu me fechava

não sei como
fui amar um poeta
poesia de erva-doce
ele-prosa
eu-rosa



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