quarta-feira, fevereiro 14, 2001

E POR FALAR EM FOME DE AMOR...

Escrevi esse texto hoje a tarde, é um pouco
do que sinto...

Talvez seja uma das últimas românticas do
planeta e não dá pra mudar isso que considero
uma essência, faz parte de mim é uma
particularidade como é o meu cheiro e
minha forma de falar de amor. Certa vez
escrevi um GOSTOU?

FOME DE AMOR
[de Rosi Luna]


Como é fome de amor?
O amor é uma fome de desejo, e a cada instante
aumenta a vontade de estar junto. Pode ser um
contato de pele e pode ser um gesto de atenção.

O amor não faz regime, ele sempre quer mais, seu
apetite é voraz. Ele devora o ser amado, pode ser
com os olhos, com a língua ou com palavras.

O amor começa com afagos no cabelo e segue para
as orelhas dando umas mordinhas de prazer que não
doem nada. O amor beija fazendo da língua um laço
e da boca uma taça boa de sorver saliva.

O amor desliza as mãos pelo vestido, toca os seios
e segue sua viagem. O amor percorre o corpo como
se fosse uma estrada e que nela existisse um lugar
que seria um túnel de prazer.

O amor queima e sente frio, ele é desprotegido
e aflito. O amor é como uma janela que se abre e
entra uma brisa que envolve o corpo num arrepio
fininho.

O amor é macio, seu toque tem a suavidade de
dedos bailarinos a dançar pelo corpo. O amor usa
óculos e mesmo assim não enxerga muito, ele só
vê as qualidades e não vê os defeitos.

O amor não mede altura e nem pergunta idade.
O amor adora se fazer de louco, ele cria nomes,
pra se disfarçar mas está ali bem do seu lado.

O amor gosta de confundir, você pode até não
saber de que forma ele vai surgir, mas ele faz
questão de estar ali vivendo como uma rêmula
grudada na sua pele nadando contigo
pelo mar da vida.

O amor também é um pouco surdo e ouve só
aquilo que quer, principalmente os elogios.
O amor se alimenta de presença e de um
um carinho constante.

O amor mergulha na alma procurando o que existe
de mais belo no ser humano - o sentimento.

O amor é uma cilada, é como um buraco que a
gente cai, mas é nessa profundidade que a gente
quer estar. O amor tem senso de humor de brincar
com as imperfeições e pode achar uma barriguinha
linda e pode achar que seu nariz compridinho é
apenas um charme a mais. E aquela ausência
dos peitos de Sophia Loren não vão fazer falta.
O amor não mede gordurinhas, ele é esfomeado
e pungente.

O amor tem muito olfato e gosta de sentir o aroma
da pessoa amada. Cada poro tem um cheiro e cada pedacinho do corpo uma fragância. O amor sente
como se estivesse numa loja dos perfumes mais
finos. O amor cheira forte e ofegante.

O amor é inesperado e chega roubando
coração e a emoção.
O amor devora e implora querendo mais.
O amor vive com fome,
de amar...

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