segunda-feira, maio 14, 2001

ACHEI A CRÔNICA NAMORADA DO CALÍPIGIO



Crônicas da Usina das Letras
CALÍPIGIA -- 06/04/2001 - 17:05 (Renata de Fatima Rodrigues de Souza)


Chamo-me Rosinha, ou melhor parte de mim tem este nome, a parte
dominante. Sou apenas o proletariado desse toda sinto-me segregada.
Não, não se trata de um manifesto comunista sobre igualdades de
direitos, trata-se apenas de um pequeno desabafo.
Como já disse, sou Rosinha, em parte, pelo menos sou de Rosinha.
Estou eternamente presa nessa pomba lesa. Rosinha é uma abestalhada,
dezenove anos e virgem! Enche a boca prá dizer: - Vou casar donzela, de
branco, como manda o figurino.
Se veste sem alegria, como um homem ou, no máximo como uma crente.
Roupas decotadas nem pensar, diz que é coisa de mulher da vida.
Dançar um forró coladinho (-"Vôte!"), diz que se fizer isso vão se
aproveitar dela. Teve um namoradinho mais ousado e só faltou dá queixa do
pobre na delegacia! Só porque o bichinho queria uns carinhos mais atrevidos.
Achou que ficaria estragada para o casamento, como se o padre pedisse
atestado de pureza... Eu, apesar de ser dela sou diferente. Eu sou mais eu.
Meus sonhos são em vermelho e rendas, em toques libidinosos e profundos,
regados com suores e gemidos. Não me sinto uma mulher da vida, eu sou puta
mesmo. Minhas formas são bem delineadas, minha carne é rija e farta, sou
robusta e apetitosa e não tenho limites no vale tudo que são meus desejos.
Ela me tem e não me sente ou simplesmente me ignora ao tentar se desvencilhar
de sua própria libido. A inteligência é isso que Rosinha idolatrae cultua, só isso
ela valoriza. Para mim ela é um projeto de intelectualóide, C.D.F, que faz da
minha vida um inferno de bancos de universidades e cadeiras de bibliotecas.
Ela só não pode me impedir de sonhar... Massagens afrodisíacas, cremes com
calágeno, produtos anti-estrias, lipoaspirações...Ou simplesmente um homem
de mãos firmes que soubesse me fazer feliz.
Quero me separar de Rosinha, ela não me merece. Tantas que sonham em me
ter em toda minha plenitude... Eu sou a que enche os olhos, atraio os desejos, eu
sou a paixão desse país tropical e sexista, eu sou a que remexe sem pensar, a que
transa com pagodeiros e casam com os jogadores de futebol, a que faz fortuna na
TV, a que é vendida a grosso na mídia e nos pacotes de viagem.
Por isso lhe peço Dr. Pitanguy que me transplante que me transplante
para alguém que me mereça, de preferência uma menina bem burrinha
de Q.I lá embaixo, mas que me rebole com gosto e, lhe juro quando eu
for capa da Playboy, lhe pago com juros e correção. A Rosinha não vai ligar,
acho que ela vai até gostar de ter uma bunda menos exuberante.

P.S. Não queira saber como eu, sendo bunda escrevi está carta, é muito
constrangedor.
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PS2. não preciso dizer que a minha crônica Calípigio ficou saltitante
igual quem viu passarinho verde ou cor de rosa, tá apaixonado pela
Calípigia, também não é pra menos a Rosinha arrasou... e que bunda!

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