terça-feira, abril 30, 2002

A MULHER GALINHA


* desde remotas eras, a mulher era pra ser vista puxada pelos
cabelos pelo homi das cavernas, seu forte estava em ser subalterna
com a inteligência à peso de gramas e até o direito de voto foi uma
conquista que demorou muito. a mulher mudou, se equiparou ao
homi aprendeu todos os truques, a inteligência foi considerada
superior e com um adicional da sensibilidade, o homi nunca se
conformou com isto e quando se sente ameaçado se sai com
estas explanações pouco convicentes: ela não é inteligente é
uma galinha ou ainda faz comparação com a mulher barbada do
circo. no fundo as mulheres sabem ser sonsas, isto é a prova da
inteligência e viva a Filomena que sabia esconder o leite, afinal o
importante é ter peitos, não é sutiã inflável?
e quanto a galinhagem, que atire o primeiro grão quem não é...

PS. a propósito sim meu amo, posso ser sua gueixa se quiser.

27 de outubro
[A Disciplina do Amor - Lygia Fagundes Telles]

Tu quoque Baudelaire? Sim, ele também, por que não? Anoto
este seu pensamento que é um símbolo da estrutura patriarcal:
Aimer des femmes intelligentes est un plaisir de pédéraste.
Não era em vão que as mulheres disfarçavam a inteligência
que repelia pretendentes ao invés de atraí-los, mulher inteligente
chegava a assustar. Me lembro do meu tio J. dizendo à minha
mãe que rompera o noivado com M. I. porque ela era inteligente
demais, culta demais, andava exausto com as elucubrações
intelectuais, queria uma gueixa e não uma Minerva:
"Parece um homem falando! Me deitar com ela é me deitar
com a Mulher Barbada do circo." Minha mãe riu, eu fiquei rindo
junto mas um tanto preocupada, era adolescente, com certos
planos. A sabedoria então era fazer como a nossa vaquinha
Filomena que escondia o leite?
Filomena escondia o leite, era sonsa.

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