sábado, maio 04, 2002

PEQUENO TRECHO DO POEMA


Quando eu te fujo e me desvio canto
Da luz de fogo que te cerca, oh! bela
Contigo dizes, supirando amores
"- Meu Deus! que gelo que frieza aquela"

Como te enganas meu amor é chama
Que se alimenta de voraz segredo,
E se te fujo é que te adoro louco...
És bela - eu moço; tens amor - eu medo!...

Tenho medo de mim, de ti, de tudo,
Da luz da sombra, do silêncio ou vozes,
Das folhas secas, do chorar das fontes,
Das horas longas a correr velozes.
...
Ai se eu te visse em languidez sublime,
Na face as rosas virginais do pejo,
Trêmula a fala a protestar baixinho...
Vermelha a boca, soluçando um beijo!...
...
Oh! não me chames coração de gelo!
Bem vês: traí-me no fatal segredo,
Se de ti fujo é que te adoro e muito,
És bela - eu moço; tens amor, eu - medo!...

[Amor e Medo - Casimiro de Abreu
Cinco Séculos de Poesia - Landy Editora
que comprei agora na Bienal do Livro]

PS. depois de fazer meu sarau poético matutino
vou para Sampa para o curso de cinema, volto
de noite, se ver alguém travando todo pedágio sou
eu, botei o aparelhinho "sem parar" e entrei no lugar
errado lá em Valinhos, sou a rainha da gafe, tocou tudo
acredita! sirene, bombeiro, ambulância, brincadeirinha.
sabe o tamanho do mico? mico da cidade de Itu.

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