quinta-feira, setembro 26, 2002

MORRENDO DE AMOR POR DRUMMOND
*** morro de amor a cada minuto que leio.

Não há nunca testemunhas. Há desatentos. Curiosos, muitos.
Quem reconhece o drama, quando se precipita, sem máscara?
Se morro de amor, todos o ignoram
e negam. O próprio amor se desconhece e maltrata.
O próprio amor se esconde, ao jeito dos bichos caçados;
não está certo de ser amor, há tanto lavou a memória
das impurezas de barro e folha em que repousava. E resta,
perdida no ar, por que melhor se conserve,
uma particular trsiteza, a imprimir seu selo nas nuvens.
[Tarde de Maio - Carlos Drummond de Andrade]

Nenhum comentário: