quinta-feira, outubro 31, 2002

CENTENÁRIO DE DRUMMOND

meu queridinho Dru Dru

Não sei exatamente quando me apaixonei por você poeta. Foi amor a primeira poesia me entende. Amor a primeira rima que se imprima isso. Lá pelos anos 80 meu amor ficou mais intenso. Eu tava apaixonada por um fotógrafo e ganhei um livro seu, precisamente no dia 23 de janeiro de 1986. A dedicatória era assim:

"Baila baila
bailarina
balalaica
laica e linda"

O meu fotógrafo tirava fotos com uma máquina laica que ele tinha acabado de comprar e eu roubava teus poemas e mandava pra ele. Não se preocupe que nunca roubei a autoria assinava com teu nome. Mas não liga que fingia tanto dizer o que falavas que virei tua maior plagiadora.

O livro era "O Observador no Escritório" não sei se me entendes mas quando me apaixono não consigo desapaixonar fácil. Prometi que um dia iria conhecer teu escritório. Saber onde era o local de tanta inspiração. Já que não tinha coragem de me aproximar fisicamente. Não parece mas no fundo
guardo um pouco da tua timidez com quem admiro. Onde já se viu ter ataque de mudismo. Nunca conseguiria falar contigo ao vivo, aí nem tentei.

Pior Drummonzinho é que sou tão cumprindora das minhas promessas. Que esse ano conheci teu escritório. Pude ver tua estante, teus livros. Estive tão perto de vc que quase pude te tocar. Notaste que virei tua vida de pernas para o ar. Itabira, Rio não houve lugar que não te procurei. E olha te achei em
cada amigo teu que me falava de você. Sei que me olhas de algum lugar um poeta sente quando as palavras são do coração.

Sei que nessa época, anos 80 fui oradora da minha primeira formatura e os nomes cotados para homenagem poética eram Drummond e Vinicius. Eu briguei feio pra que fosse vc. E foi. Fui oradora e meu discurso falava de "E agora José". Eu dancei ballet com tuas poesias. Sonhei com cada poema seu. Suspirei tendo queimores com o Amor Natural. Eu amo vc em prosa verso, sem óculos, sem rima, sem estar aqui agora. Não sei exatamente quando começou mas sei que não tem fim. Vou te amar infinitamente na tua mente vê se sente e consente...isso é rima.

Eu simplesmente te venero como uma divindande superior e poética que me toca por dentro. Não sei o que falar porque quando me emociono me calo e no momento todas palavras fugiram e foram para a lua sorrir pra vc. Eu te amo Drummond e se vc está ouvindo me responda...

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