quarta-feira, janeiro 15, 2003

BUEMBA BUEMBA BUEMBA

Hoje cedo finalmente consegui ir a praia, aqui mesmo no Flamengo. Ficamos em um canto calmo com uma vista que dava pra ver os bondinhos do Pão de Açucar pra lá e pra cá. Achei que tava nublado e nem passei protetor direito. Fiquei igual uma zebra listrada de rosa e branco. Nada Sexy, vamos ver se amanhã consigo passar protetor nas partes que hoje esqueci para o tom róseo ficar por todo corpicho da garota aqui. Depois do almoço tive a infeliz idéia de ir no Centro precisamente na Estação Carioca. Isso mesmo eu estava lá no meio de trocentos camelês sendo acuados pela polícia. Tive que me refugiar numa loja. A princípio pensei que era um arrastão. Depois é que pude perceber que era uma ação com milhões de policiais armados contra os camelôs. Me desculpe quem vai ficar chocado mais adoro camelô aqui no Rio. Eles são super boa praça. Enfim eles estão trabalhando. Sou contra violência e o que vi hoje era quase uma guerra. Bombas de efeito moral, tiros e tudo mais. Não consegui mais ir na Livraria Travessa e fiquei a favor dos camelôs. Morri de pena deles, acho que não mereciam esse tipo de tratamento. Me falaram que é uma prática comum. Uma vez por semana a polícia faz esse tipo de ação de evacuação. Quem estiver na rua que se cuide. Foi muito triste e me senti correndo perigo de vida, fazia tempo que não tinha essa sensação. Esqueci de contar de manhã na praia apareceu o Juvenal um cara com um tênis de uma cor e outro de outro modelo, ele tinha um violão e eu e Filipe contratamos uma música por 1 real. Ele tocou duas, uma de Gilberto Gil. Cara só o Rio pra ter essas figuras alegres todo vestido de verde amarelo, um tipo mendigo, cigano, profeta, músico ou melhor tudo junto. Agora a noite fui a Estação Unibanco assistir o documentário do Eduardo Coutinho - Ed. Master. Formidável ver um prédio com mais de 500 pessoas. Cada uma contando coisas da sua vida. Teve um morador que até cantou com Frank Sinatra. Gosto de filme que trata de gente. Gente normal falando sem produção. Dei muitas gargalhadas e também me emocionei. Na volta uma paradinha para um café com espuminha e poças de água e daria pra dançar
como Fred Astaire "Cantando na Chuva".

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