sexta-feira, abril 22, 2005

QUERIDO DESTINATÁRIO

esse corpo não é meu,
mas que parece, ah! parece
não vou negar

*** tava lendo esse texto antigo, foi uma
contrafação que fiz com um do site dos anjos.

Querido destinatário, esta será mais uma consideração
temida e publicamente usurpada, perdida e degredada
entre minhas folhas de outono e tuas folhas amanhecidas
pelas horas. Tenho a interdição de quebrar estes obstáculos
em dizeres remediados - muito embora haja um feliz
arrendatário amoroso e, creio eu, será bem mais feliz
se chegar a recebê-la no seu paraíso tão perto dos monges
nos quais habita o cheiro de incenso e da minha falta de
bom senso.

E assim o amo: num incêndio só meu... Nesse versejar,
café expresso com amor em versos, fumegante todavia,
em diálogos agudos permeados de vários olhares sensíveis...
E penso alto: sei que sou seu objeto de pele de fina
porcelana que o inflama, me agrada me faz feliz e isso
me rouba a tranquilidade. E não há xícara no mundo que
esquente a ebulição do meu amor melhor do que eu...
Por isso, às vezes, bem tarde da noite, me pego
esquentando como se fosse queimado num campo de urtigas
por esse amor tão amigo e tão antigo e penso em um brinde
francês e beber num castiçal: este amor antagônico não
acha morada e só dei dizer que quero bem até a próxima
florada.

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