terça-feira, abril 19, 2005

VESTIDO DE NOIVA

Luna no ensaio vestido de noiva
à la Nelson Rodrigues nas lentes
da tia Gal que estava fazendo um curso
de fotografia no Recife

- Amo Nelson Rodrigues, mas quem não ama?
E brincar de bonitinha mais ordinária então
nem se fala...

"Sem dúvida o teatro desse estreante desnorteia
bastante, porque nunca é apresentado só nas três
dimensões euclidianas da realidade física.
Nelson Rodrigues é poeta".
Manuel Bandeira

Som de buzinas, carros, movimento. Alaíde é atropelada
na rua por um automóvel que foge sem prestar socorro.
Levada ao hospital em estado de choque, é submetida a
uma operação de urgência. A imprensa divulga notícias
sobre o acidente e o estado da vítima. Alaíde não agüenta
e morre.

Contada assim, Vestido de Noiva parece ter um enredo
simples e banal. Porém esta é apenas uma das dimensões
da peça. Junto com esta história, que corresponde ao
plano da realidade, coexistem os planos da alucinação
e da memória. E são esses últimos que povoam o palco.
A realidade serve, na verdade, apenas para nos dar as
bases cronológicas da história.

O plano da memória mostra os antecedentes do desastre
automobilístico que matou Alaíde. Pedro, namorado de
Lúcia, acaba se casando com Alaíde, irmã dela. É depois
de uma violenta discussão com a irmã, motivada por
problemas conjugais, que Alaíde sai para a rua
desgovernada e acaba sendo atropelada. O conflito central
da peça, apesar de escondido pela complexidade do texto,
é justamente este triângulo amoroso entre Alaíde, sua
irmã Lúcia e Pedro.

Nenhum comentário: