domingo, abril 08, 2001

POESIA ROUBADA DA NOITE

Despedida
[J. G. de Araújo Jorge]

Toda vez que nos despedimos, tontos de amor,
enquanto me afagas, enquanto te afago,
teus olhos escuros, vidrados,
tem um brilho interior
de lua no fundo de um lago...

Toda vez que nos despedimos
à espera de uma inquietante outra vez,
enquanto recostas tua cabeça em meu peito,
te olho nos olhos, pensando que nunca nos vimos,
e me olhas também, mas parece que não me vês...

Toda vez que nos despedimos
- toda vez -
há um mundo de ternura em teus olhos, um mundo
estranho e profundo,
como os reflexos da luz no vinho que ficou
no fundo
de duas taças, após a embriaguez...
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PS. o ministério da saúde adverte beber vinho de
vez em quando faz bem à saúde... por isso eu
bebo pelo menos uma taça... adoro ser saudável
e uma leve embriaguez acorda o corpinho e prolonga
a despedida que ninguém é de ferro... a gente quer
continuar se olhando... risos

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