sábado, setembro 07, 2002

LUNÁTICA

Sou sintomática, lunática. Quanto fico tensa, tudo cai.
É gripe chegando, agora estou com o pescoço duro.
Hoje fiz uma massagem na minha vizinha com ultrasom
e raios infra-vermelhos. Não sei ser chic e falava "ai como dói e isso parece uma inceradeira andando nas minhas vértebras". Tudo isso é porque tenho um prazo curto e um trabalho longo, não combina. Sou sensitiva e fico sentindo coisas. Tive um sonho esquisito. Nada como um overdose de poesia pra melhorar o astral.

SONETO À LUA
vinicius de moraes

por que tens, por que tens olhos escuros
e mãos lânguidas, loucas e sem fim
quem és, que és tu, não eu, e estás em mim
impuro, como o bem que está nos puros?

que paixão fez-te os lábios tão maduros
num rosto como o teu criança assim
quem te criou tão boa para o ruim
e tão fatal para os meus versos duros?

fugaz, com que direito tens-me presa
a alma que por ti soluça nua
e não és tatiana e nem teresa:

e és tampouco a mulher que anda na rua
vagabunda, patética, indefesa
ó minha branca e pequenina lua!
-----------------------------------------------
*** acabei de receber esse poema pela internet.

A LUA E A NOITE
kátia borges

Fuga. É só no que penso.
Um ponto, pêndulo,
no qual se dependura a vida toda.

Ainda criança, lendo Poe.
As letras escorrendo, veias adentro.
Caminhos de estranheza veias adentro.

A vida toda lendo,
dependurada em um pêndulo.
A vida toda trancada fora, por dentro.

Nenhum comentário: