sexta-feira, fevereiro 09, 2001

POESIA LINDA DE MORRER...
Foi a lalá que mandou hoje de tarde, não podia
passar em branco. Um campo desse, podia até
ser campo de concentração, eu morria lá....

"Campo de Eros"


Amor: esta palavra acende uma
lua no peito, e tudo mais se esfuma.

e testemunho: eis que Amor deixou
ferida cada coisa que tocou.

E tudo dele fala: a mesa, a cama
(como abrasa este hálito de chama!),

o bar, cadeiras, livros e paredes
vivem, revivem: de fomes e sedes

a corpos saciados. Tudo fala,
tudo conta. Só a boca é que se cala.

Amor. Do extinto pássaro, o vôo
prossegue, inexorável. Mas perdôo,

eu, essa lâmina que me escalavra,
revolve em mim, em sua funda lavra,

amor, restos de amor, gestos quebrados,
enganos, mais amor, olhos magoados,

e fúria, e canto, e riso, e dança, e dor,
E a Quimera. E amor, amor, amor

por toda parte trucidado e em flor.

[ de Ruy Espinheira Filho]


PS. quem é esse homi, quem é esse poeta pra me levar
presa para esse campo de eros, me considero algemada
a esses versos.





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