terça-feira, março 06, 2001

LUNÁTICO É BEM ECLÉTICO...
Olha que gracinha do Plínio Marcos...

Uma duas angolinhas
finca o pé na pampolinha
o rapaz que jogo faz?
Faz o jogo do capão
Diga lá Mané João
que retire seu dedinho
senão vai um beliscão

Essa canção é coisa minha. Pra mim ela é bela e doce. Uma
canção que colhi com o coração. Minha mãe passou essa
canção pra mim. Ela me envolve. Me prende. É uma cadeia
muito forte. Seu peso é enorme. Uma duas angolinhas.
Seu ritmo. vultos, cheiros, cores, ruídos me povoam.

... - Olha o livro ruim e barato. Pode chegar, são livros
que eu mesmo escrevi. Dou autógrafo e até prometo morrer...
A sociedade é uma merda de competição constante. Sem
recreio. Dá até mêdo de olhar a fuça das pessoas. Todas
carrancudas. São empredadas, nervosas, mal-humoradas,
sérias, compenetradas. De quê? Negócios? Lucros? Ali no
vapt-vupt. Ou ganha, ou se perde. São possessivas.

... Meu jogo é esse. Conto histórias. Os contadores de
história, os camelôs, os saltimbancos, os truqueiros,
os ciganos, os ursos bailarinos dos ciganos, somos todos
parentes. Vendo meu livro na rua. Em livraria nunca vendi
merda nenhuma. Um fracasso. Na rua. No fim de feira...
[Plínio Marcos em Prisioneiro de uma Canção]
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