REMEMBER
[Manuel Bandeira]
Recorda-te de mim quando eu embora
For para o chão silente e desolado;
Quando não te tiver mais ao meu lado
E sombra vã chorar por quem me chora.
Quando não mais puderes, hora a hora,
Falar-me no futuro que hás sonhado,
Ah de mim te recorda e do passado,
Delícia do presente por agora.
No entanto, se algum dia me olvidares
E depois te lembrares novamente,
Não chores: que se em meio aos meus pesares
Um resto houver do afeto que em mim viste,
- Melhor é me esqueceres, mas contente,
Que me lembrares e ficares triste
PS. ofereço a poesia ao meu tio Rui que
não ia querer me ver triste.
terça-feira, junho 26, 2001
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